Soneto ao Vento

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Amar o vento, pois vento o fogo incita,
Qual beleza constante do movimento.
Do fogo, ser chama que se espalha e agita
Nessa pele ardente, d’amor e sentimento.

Amar ventos que tempestade precipita
Se negras nuvens dançam em atrevimento.
Na tempestade ser força que delimita
Nesses olhos todas águas d’algum lamento.

Amar, pois, ventos que preenchem a distância.
Qual abraço vagando em busca d’acolhimento,
Nos seios que amor se encontra em abundância.

Ser um vento morno, logo ali perto, a se soltar
Trazendo à tona as memórias d’uma infância.
Um vento terno, que distante, inda traz o relembrar.


Jônatas Luis Maria