Não Libertarás

__________

Se teus olhos de lágrimas por ventura,
Escorrer alguma falta, lembra sem medidas
Que sou água passageira em tua retina,
E sou veneno na sobra dos copos notívagos.

Se o mundo inteiro ruir, e ruirá, graças a deus,
Lembra que sou a pedra que desencadeia apocalipses.
Aplauso ao fim de um espetáculo sem plateia.
Lembra-te de mim, feito quem sorri quando aniquilado.

Não tendes piedade de ti, chora mesmo, que desequilibro
A face que escolho em teu rosto, por melhor esvair-me.
E se tenciona ajoelhar-te, para bem beijar os confins
Creia, eu tristeza infinita, trespasso chão que te consterna.

Eu sou a própria culpa. Sem segredo liberto o fátuo grito.
Sou aquilo que reténs em cada dia e que engoles a seco.
Sou os teus reféns, e que por paixão tu não libertarás,
Quem quando rebenta, derrama noites em que me recusaste.

Jônatas Luis Maria