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Fui máscara de carnaval, pandemônio,
Em peças de teatro encenei os mortos.
Esbofeteei o tempo, sangrou-me as mãos,
Beijei o infinito. Baixei os olhos, e chorei.
Veio Juno e devorou-me
Fera transcendental do gosto.Em peças de teatro encenei os mortos.
Esbofeteei o tempo, sangrou-me as mãos,
Beijei o infinito. Baixei os olhos, e chorei.
Veio Juno e devorou-me
Veio a fera, lambeu-me,
Gosto sobrenatural da carne.
Teci de bordados uma Roma de pano
E fiz de um Nero o meu amparo.
E pelo presente desespero, a panos quentes,
Veio Nero apaziguar delírios de uma febre.
Houve uma idade média vagando pelo corpo,
Deixei-a escorrer entre as linhas de minhas mãos.
Depois, a rainha triste que desenhei em croqui,
Fez de minha sombra seu repouso vitoriano.
Vieram doutores, depois os monstros,
Os moinhos todos, e nem canções havia.
Encerrei, pois, os monstros dentro n ‘alma,
Rechacei moinhos, e nem canções houveram.
Jônatas Luis Maria