A Piedade dos anjos

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Pratico tua beleza.
Tua beleza toda que morre
Diante à poesia e fenece,
Flor do dia-a-dia.

Lembro teus escapes, tuas fugas,
Cada suicídio que cometera;
Foram tantas noites violentas!
Angustias divididas e dividimo-nos.

Pedi aos anjos, condolente, que houvesse
Um carinho ao menos, e tive tanto!
Derramei-me então, ao fim do assunto,
E rolou pelo chão uma carícia que não foi.

Dê-me por favor um amuleto,
Uma insígnia protetora certa.
Dê-me uma noite de paz sem sonhar.
Mostra um pedaço qualquer do amor.

Mostra talvez com os olhos,
Ao menos um signo a nos traduzir.
Fala como se aprende com os erros
Dizendo que a simplicidade das coisas,
é sempre fatal.

Jônatas Luis Maria

Niké

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Liquidifica esta fragrância em meu peito
Que faz a minha alma estar perfumada.
Então ter-se-á essências, talvez de ausência,
De nutrir nossas faces chorosas de espelhos machucados.

A beleza! A beleza toda infinda! A Vitória!
Há dias a vida é só uma estratégia, de retalhos.
Protège de l'enfance mon cœur attristé.
Adormece tuas febres no meu peito coroado.

Diz de alegrias, que és tu, o maior dos brinquedos
Cravado em silêncio num coração filho único
Que só a ti tem como diversão, infinita e profunda.
Spielzeug aus der Kindheit, meiner ewigen Liebe.

Tua lembrança é um gole de Cabernet
Vermelho frutado do amanhecer para Nice.
Um pós-moderno sem medidas, sem cor.
Um preto e branco vulgar nas telas do efêmero.
In te, tutta l'arte è gioiosa dolore.

Tão frágil frente a beijos morrendo! Sentir. Sem ti,
Sou cinza, na ausência do abraço perdido, perdido
Em noite de encontros em meio à chuva frágil fria.
Pedaço de caco da noite que sobra soturna nas nuvens
Y tenerte es crear un trueno entre los dedos.

Teu corpo é veludo! Espinho. Crisântemo,
Acorde de cordas elétricas, ressoando ressacas,
Teu corpo é veludo nestes invernos memoriais tão frios!
My childhood history, my fairytale. My lullaby.

Jônatas Luis Maria