Macária

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Fingimento das Personas no crânio acorrentadas:
Catacumba do cadáver que enterrei na infância.
Logo adulto infanticida então. Marionete de mazelas,
Verme canibal devorando cada sonho morto.

Despedaçado se reencontra em cada canto,
E conversa. Uma prosa de mosaicos memorial.
Fundo no museu entreaberto resta um semi-vivo
Cantando uma elegia em honra às suas correntes.

Desvairada se contorce alma desmedida, anônima,
Entre ossos d’um alguém que o corpo desconhece.
Dançar a morte, e ser alegre no profundo desespero,
Este amante silencioso, que dorme com a gente.

Já ter vivido toda sua velhice aos vinte e sete
E reconhecer-se sonolento no velório dos avós.
Tranquilo, ser encerrado nas gavetas fúnebres
Em todos os dias em que viveu. O infeliz.

Jônatas Luis Maria