A Flor do Suicídio (Personas mortas)

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Esqueci tuas revoluções de apartamento,
Ouve-se ainda a canção dos enclausurados.
Perdeu-se o gosto que o corpo é virtual,
E carne cibernética memorial morre o tempo.

Estes dias são cinzentos, das cinzas mortuárias
Das nuvens impregnadas de doente constância.
Triste alter ego que se vê pelas ruas insaturadas
Aos milhares de olhares imparciais dos mortos.

Encerrar confins do mundo, que são pra mim,
Diferentes do que são pra ti confins do mundo.
Reviver enfiado nas horas, o dia sempre igual.
Domingo nostálgico de quem perdeu lembranças.

A verossimilhança que há entre as vidas do dia
Faz-se carrasco das reflexões momentâneas,
E vão-se depressa todos os dias e todas as vidas
Frente a inconstância de nossa alma sem nome.

Jônatas Luis Maria