Messalina dos séculos

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Descobrir a mágica das noites infinitas;
Transformar em miasmas as revoluções.
Crânio apedrejado das violências do pensar,
Tecido morto, coberto de religiosos hábitos.

Jogar nos signos; e o jogo é a máxima que trai.
Transar com tudo que vive, gozar então a morte.
Arrebatadoramente romper a cortina do amanhã,
Prostituta a quem confessar todo crime, todo tédio.

Resta um beijo ainda, depois o pânico!
A puta amarga dos incestos não tarda renascer.
Ajoelha-te ao deus de piedades, divindade do vazio!
Lambuza-te entre as pernas de Valéria. Cria Cláudia.

O rastejo das víboras é o caminho histórico da estética.
Sua língua: progenitora de todas as filosofias narradas,
E esta fala inunda de orgasmos todas as mães do mundo
E todos os filhos são do Arcanjo guerreiro, fetichista.

O homem é filho das imundícies, e filho de Eva...
Tantas Evas beiram esquinas encardidas, por um beijo.
Tantos beijos partem o coração do poeta, bastardo
Das gerações inglórias, cravejado de noites tão malditas.



Jônatas Luis Maria