Nas mãos de Órion

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No instante em que eu nascer estrela
Estarei a brilhar num céu longínquo
E lançar-me-ei ao espaço assombroso
Percorrendo rastros universais do tempo.

Eu serei um sol futuro, quando nascer estrela,
A iluminar e reter toda rota dos astros,
Refletindo o discurso mitológico dos seres.
Estrela magnânima de vulcões serei um dia;

Lançado ao léu do universo infindo
A enfeitar brilhante o cinturão dos deuses.
Atirarei com força a luz do eu ensolarado
Em todas as direções da rosa dos ventos.

Serei um pedaço d’alguma galáxia a soprar
Poeira cósmica em direção ao nunca.
Um coração pulsante e nuclear no seio do infinito,
E em astronômica explosão, dar-me-ei com zelo,
À palma da tua mão.


Jônatas Luis Maria