Humano demasiado humano!

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Partida em cacos a minha visão
Nossa canção já começa pelo fim.
Tudo que se vê é a morte
E a morte mora ainda na razão.

Dia-a-dia em flor, em poética concretista.
Dia minimalista, dia morto, dia sem sol.
Nunca houve a luz, senão uma lâmpada.
Cotidiano de cocaína e capital.

Vida de horrores, de horrores e nada mais.
Vida de silício, de plástico e mau humor.
Vida vaginal de proveta, vida de gaveta.
Vida vida vida: A grande mentira cósmica!

Vamos viver e completar este ciclo natimorto.
Somos tetraplégicos e recheados de tumores.
Oh filosofia, que enfie o Sartre no Kant!
Somos a internet, e as ninfetinhas pós-modernas.

Somos a Intel e há caca-cola nos curtos-circuitos.
Somos à prova d’água, e no entanto, afogados no parto.
Interatividade mórbida no ventre da geração 2.0.
Ah texto irrelevante: Vá trepar com Fernando Pessoa.

A vida é uma puta, cheia de máculas, e hoje,
Ganha esta puta a sua prótese tão mecânica.
E se conecta na inter-orgia, uns nos rabos dos outros.
Sejamos a molécula seminal enfiando a vida no PC.

Sejamos o parto da criatura mais vil!
O pedaço de Ser mais limpo que existe.
Sejamos uma adolescente gritando Google;
E Nietzsche chuparia a irmã, sem remorsos virtuais.

Jônatas Luis Maria