Roda Vinho

____________
Para Rafael Teclas

Rabisco demônios, Solstício de verão.
Me agrada quando enredo é teu coração.
Chuvisco de luas, quase um pesar de nudez.
Arrisco-me em crua, um credo de lucidez.

Minha mão é vara das danças esquecidas,
É rito dos espaços, das conjecturas caladas
Que cantei sóbrio, sobre sombra de boleros.

Meus amigos são as flores mais incontáveis,
As composições inacabadas, geniais e cruas
Orquestradas nas florestas abissais do amor.

As mortes reajustam renasceres. Reenlaces de cerne
Nos troncos das carnes pagãs, finais e ardis,
Somáticos, febris. Nos calores incontáveis
D’um carnaval, que ainda está por vir.

Jônatas Luis Maria